chips nvidia

A Nvidia tem sido a empresa mais bem-sucedida nos mercados financeiros da Bolsa de Nova Iorque durante 2024, com explosões de valorização surpreendentes durante o primeiro semestre do ano. Parte do motivo deve-se ao desenvolvimento dos novos processadores “Rubin”, que, apesar de ainda estarem a ser criados, poderão criar uma nova geração de Inteligência Artificial.

Foi numa conferência recente da Computex em Taipei que esta revelação foi feita. Porém, há novidades impressionantes também no campo médico, onde implantes cerebrais computorizados já estão a ter sucesso assinalável.

“Uma nova era da computação”, diz o diretor executivo da Nvidia

Com os novos processadores “Rubin”, o diretor da Nvidia Jensen Huang refere que estaremos prestes a enfrentar uma revolução. O “Rubin” sucede aos chips “Blackwell” desenvolvidos para os data centres, e que estão em produção depois de terem sido anunciados em março.

Este reforço na inovação da Nvidia, com o anúncio de novos produtos tão pouco tempo depois da “blackwell”, pode ter ajudado ao estrondoso sucesso da Nvidia no mercado de capitais. O seu domínio no âmbito dos processados de Inteligência Artificial já está estabelecido, e é hoje inegavelmente uma das empresas mais valiosas cm cotação em bolsa.

O que é o Rubin e porque vai inaugurar uma “nova era”?

Os chips Rubin começaram a circular nos mercados em 2026, e a promessa é a de trazerem mais eficiência computacional numa altura em que o crescimento dos data centres representam um problema energético para as cidades. O objetivo é ajudar à eficiência mas também à redução da quantidade energia consumida pelos data centres, ajudando ao surgimento de uma nova geração de produtos de inteligência artificial.

Este ritmo de inovação impresso pela Nvidia tem vindo a impor-se também nos mercados financeiros. Com um crescimento e vários meses na capitalização e valor das ações que já ultrapassa as melhores expectativas dos investidores mais otimistas.

Neste momento, o fabricante de chips já angariou mais $350 biliões na sua capitalização de mercado, e passou a situar-se na segunda posição das empresas americanas mais valiosas a seguir à Microsoft.

Note-se que a Nvidia fabrica a maioria dos chips de Inteligência Artificial que são necessários para treinar os modelos de linguagem em massa, como é o caso do GPT da OpenAI. A empresa tem a competição direta da AMD, da Intel, mas também de serviços de computação da cloud fornecidos pela Amazon, Google e Microsoft.

A influência da Nvidia na inovação da computação

Foi apenas há dias que a empresa anunciou também uma nova unidade de processamento baseado na arquitetura Arm, a que apelidou de Vera. Mais uma novidade que continua a entrar em massa nos mercados e a fazer disparar o valor da Nvidia como em raras outras vezes da sua história.

A Nvidia tem sido deixada para trás por um mercado dominado pela Intel e AMD no que toca a CPUs. Contudo, Huang quer redefinir os termos do mercado e introduzir chips de Inteligência Artificial, apostando que muito do futuro da computação passará pela cloud computing e pelos data centre.

Há mais de 30 anos que a Nvidia produz unidades gráficas. Elas são indispensáveis aos CPUs da Intel em PCs de videojogos. Mas há mais de 15 anos que Huang percebeu que a tecnologia dos seus GPUs também poderia ser interessante para outro tipo de tarefas. Nomeadamente a Inteligência Artificial, que é bastante exigente do ponto de vista computacional. E mais recentemente, com o boom da mineração das criptomoedas, a Nvidia também começou a ganhar outra notoriedade.

Implantes cerebrais com recurso a chips poderão revolucionar a neurotecnologia

Se a Nvidia é uma empresa de chips para consumo de massa, neste momento nasce no seio de algumas universidades um tipo de chips que serão aplicados na medicina. Mais concretamente, os chamados “implantes computadorizados”. Estes interagem com o cérebro humano e o sistema nervoso central. E entre as aplicações, permitem a pessoas paralisadas recuperar a sua capacidade de mobilidade.

Estas interfaces cérebro-computador conseguem ultrapassar alguns impedimentos neuronais que impediam pessoas com certas doenças ou vitimas de acidentes de levar uma vida normal. Também há o caso das pessoas paraplégicas que não conseguem sequer comunicar ou operar com dispositivos eletrónicos, e que agora podem ter motivos de esperança.

Comparávamos a Nvidia com estes desenvolvimentos académicos na área da neurotecnologia porque poderão surgir empresas que comecem a explorar estes produtos nos próximos anos. As interfaces eletrónicas cérebro-computador poderão vir a representar um mercado avaliado em vários biliões de dólares por ano. E terão a capacidade de tratar pacientes com incapacidade elevada na sua mobilidade.

A este respeito, Elon Musk criou a Neuralink precisamente para explorar tratamentos médicos no campo da neurobiologia e da tecnologia.

Elon Musk tem vindo várias vezes a referir que é possível fazer interagir a inteligência humana com a Inteligência Artificial. Dando aí um piscar de olhos à Nvidia e aos mercados. Por exemplo, ele refere que é possível incrementar de forma drástica a velocidade que o cérebro tem de absorver informação e comunicá-la, ultrapassando qualquer capacidade humana. Isto aproxima-nos de um cenário idealizado pelo transumanismo e do qual a maioria dos cientistas e médicos discordam, precisamente pelas implicações éticas. Mas parece ser uma possibilidade tecnológica e teórica.

Porém, e para que este futuro venha a ser realidade, é necessário antes desenvolver a tecnologia disponível. Principalmente de modo a criar soluções práticas e para o maior número de pessoas. Ainda que alguns dos objetivos maiores sejam melhorar as capacidades visuais e auditivas das pessoas. Ou melhorar os aspetos ligados à memória ou neurodegenerescência.

A experiência da neurociência e da tecnologia – casos de sucesso

Neurocirurgiões de todo o mundo têm vindo a implantar elétrodos no cérebro humano ao longo de décadas, como forma de tratamento da doença de Parkinson e de outros distúrbios com implicações idênticas do controlo de movimentos. Esses implantes permitem acalmar, com sucesso, a atividade elétrica irregular dos pacientes, e que é responsável por alguns dos sintomas. Ao que indica a NCBI para a realidade norte-americana, mais de 160.000 pacientes já receberam “estimulação profunda do cérebro”.

Mas a nova vaga de implantes neuronais terá muito mais sofisticação. Conseguindo interpretar e modular sinais elétricos e transformar por completo a forma como os neurónios comunicam entre si.

O potencial destes dispositivos médicos, que irão curar pessoas paraplégicas, é imenso. Já para não falar das implicações para o consumo de massas, já que, ultrapassados os constrangimentos éticos, poderemos mesmo vir a observar dispositivos capazes de escalar a capacidade cognitiva e dos sentidos a níveis que não podemos imaginar.

Também doenças neurológicas de causas impossíveis de detetar, como a fibromialgia que causa a sensação de articulações inflamadas em grandes áreas do corpo, poderão ser curadas com este tipo de intervenções. É, por isso, altura para ter esperança no advento dos chips e da chamada neurotecnologia, que já está a dar passos de gigante.

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